FAZER O BEM SEM ESPERAR RECOMPENSA
XXVII Domingo Tempo
Comum
(Lucas 17, 5-10)
de Emílio Carlos
NARRADOR – Oi.
Tudo bem com vocês? Hoje eu vou contar pra vocês uma história do
Joca e da Clarinha. Quem quer ouvir a história levante a mão!
Levante a mão bem alto! Muito bem!
Então se preparem
que lá vem história!
Numa bela manhã
Joca e Clarinha estavam brincando de esconde-esconde.
JOCA – (entra já
contando e escondendo o rosto no canto direito do cenário) ...6, 7,
8, 9, 10. Lá vou eu.
(Joca vai para a
esquerda, procurando Clarinha, olhando para um lado e para o outro.)
JOCA – (fala meio
cantado) Clarinha: eu vou te achaaar. (procura) Clarinha: eu estou
indo. (procura) Clarinha: cuidado comigo. (procura) Clarinha: cadê
você?
(Clarinha se
aproveita de uma distração dele e passa por trás sem que ele veja)
CLARINHA –
(chegando no canto direito) Pique-esconde, 1, 2,3.
JOCA – (volta para
a direita) Ah, você sempre ganha.
CLARINHA – Não,
você também ganha.
(Entra Carol
carregando uma cesta – ou caixa – pesada com doces)
CAROL – Ai. Ui. Ta
pesado. (leva um tombo e derruba todos os doces) Ai.
(Joca e Clarinha vão
ao encontro de Carol)
CLARINHA – Se
machucou, Carol?
CAROL – Não. Eu
estou bem. Só que eu derrubei todos os doces da cesta.
(Enquanto Carol fala
Joca fica olhando de perto os doces, com água na boca)
CLARINHA – A gente
ajuda você, né Joca?
JOCA – (olha os
doces) Hummm...
CLARINHA – Né,
Joca?
JOCA – O que?
CLARINHA – Vamos
ajudar a Carol a pegar os doces.
JOCA – Ah, é. É.
CAROL – Eu preciso
levar os doces pra festa da igreja. O padre Carlos está me
esperando.
(Joca e Clarinha
terminam de pegar tudo)
CLARINHA – Pronto,
Carol.
CAROL – Gente:
tchau que eu estou atrasada. (vai saindo para a direita)
CLARINHA – Tchau.
JOCA –
(desapontado) Tcha-Tchau.
CLARINHA – O que
foi, Joca?
JOCA – Nada não.
CLARINHA – O que
está acontecendo?
JOCA – Nada não.
CLARINHA – Eu
conheço você, Joca? Por que esse beiço derrubado.
JOCA – Beiço
derrubado? Eu não derrubei meu beiço em lugar nenhum...
CLARINHA – Rá-rá.
Engraçado, viu? Agora pode falar.
JOCA – Ah
Clarinha: a gente ajudou a Carol e ela nem disse “muito obrigado”.
CLARINHA – Ela
estava com pressa, Joca. O padre Carlos está esperando por ela lá
na igreja.
JOCA – (meio
reticente) Então mas...
CLARINHA – Mas o
que?
JOCA - ... mas...
CLARINHA – Fala
logo, Joca.
JOCA – (fala
baixo, “pra dentro”, e não dá pra Clarinha entender) .....
CLARINHA – O que?
JOCA – (repete
baixinho de novo) ....
CLARINHA – Eu não
entendi nada, Joca. Dá pra aumentar o volume?
JOCA – Ela não
podia dar um docinho pra gente? Aqueles são os meus preferidos.
CLARINHA – Ô,
Joca. Claro que não.
JOCA – Mas puxa
vida: a gente ajudou ela. A Carol podia dar pelo menos um docinho pra
cada um. Pra mim podia ser mais que um. Dois, três, cinco, dez...
CLARINHA – Joca,
Joca. Devemos fazer o bem sem esperar recompensa.
JOCA – Como assim?
CLARINHA – Devemos
ajudar o próximo sem esperar nada em troca.
JOCA – Eu não
entendi.
CLARINHA – Você
ajudou a Carol e já ficou querendo que ela te desse um docinho em
troca.
JOCA – E daí?
CLARINHA – Daí
que isso não está certo. Jesus ensinou que devemos ajudar as
pessoas sem esperar recompensa. Devemos ajudar as pessoas e depois
pensar: “Fizemos o que devíamos fazer”.
JOCA – E nós
fizemos nossa obrigação?
CLARINHA – Claro.
Ajudamos a Carol quando ela precisava.
JOCA – Ta certo.
Então vamos continuar a brincar.
CLARINHA – Vamos
lá.
(Pelo lado direito
entra Carol, agora com a cesta “vazia”.)
CAROL – Consegui
pessoal. Entreguei os doces para o padre.
CLARINHA – Que
bom, Carol.
CAROL – Eu estava
com tanta pressa que me esqueci de agradecer: muito obrigado.
CLARINHA – De
nada.
JOCA – Não por
isso.
CAROL – Eu não me
esqueci de vocês não. Olha só o que eu guardei pra vocês.
(tira dois doces do
fundo da cesta e entrega um pra cada um, primeiro para Joca e depois
para Clarinha)
JOCA – Puxa, que
legal!
CLARINHA – Muito
obrigada!
JOCA – Obrigadão
mesmo, hein?
CLARINHA – Está
parecendo muito gostoso.
CAROL – Minha mãe
que fez.
JOCA – Ei Carol:
você quer brincar com a gente?
CAROL – Do que?
JOCA – De
esconde-esconde.
CAROL – Quero sim.
JOCA – Então
vamos lá! Se escondam que eu vou achar as duas.
(A brincadeira
continua. Por cima das vozes deles fala o Narrador)
NARRADOR – Devemos
fazer o bem sem esperar recompensa. Porque a maior recompensa é o
amor de Deus por nós. Tchau pra vocês!
JOCA – Tchau!
CLARINHA – Tchau!
CAROL – Tchau!
(Saem de cena).
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