NOSSA SENHORA APARECIDA
Datas Especiais – Ano B
de Emílio Carlos
JOCA – (entra) Oi pessoal!
CLARINHA – (entra) Oi pessoal!
JOCA – (faz como sirene de polícia) O-o-O-o-Oi!
CLARINHA – Oi!
JOCA – O-o-O-o-Oi!
CLARINHA – Oi!
JOCA – O-o-O-o-Oi!
CLARINHA – Joca!
JOCA – O-o-O-o-Oi!
CLARINHA – Joca!
JOCA – Cla-ri-i-i-nha.
CLARINHA – O que é isso, Joca?
JOCA – Eu estou imitando um carro de bombeiro.
CLARINHA – Só me faltava essa...
JOCA – E como faltava eu estou fazendo: O-o-O-o-Oi!
CLARINHA – Joca: que tal fazer outra coisa?
JOCA – Certo, Clarinha. Eu sei dizer goi.
CLARINHA – Joca: o que é goi?
JOCA – Goi é um oi falado como se fosse gol – daí vira goi. Quer ver?
CLARINHA – Não, Joca. Deixa pra outra vez.
JOCA – Mas Clarinha...
CLARINHA – Joca: hoje é um dia muito importante.
JOCA – É mesmo?
CLARINHA – É, Joca. Você sabe que dia é hoje?
JOCA – Hoje é... dia da criança!
CLARINHA – É... certo, Joca: hoje é dia da criança.
JOCA – Acertei! Êba!
CLARINHA – E o que mais, Joca?
JOCA – O que mais? Tem mais ainda?
CLARINHA – Tem, Joca: hoje é dia...
JOCA - ...dos adultos!
CLARINHA – Não, Joca. Hoje é dia das crianças.
JOCA – E quando é dia dos adultos?
CLARINHA – Eu nem sei se existe isso, Joca. Mas de uma coisa eu sei.
JOCA – Do que, Clarinha?
CLARINHA – Hoje é dia de Nossa Senhora Aparecida!
JOCA – Que legal!!!
CLARINHA – É, Joca: hoje o Brasil inteiro comemora o dia de Nossa Senhora Aparecida.
JOCA – Eu gosto muito de Nossa Senhora.
CLARINHA – Eu também, Joca.
JOCA – Eu ainda me lembro quando minha mãe me levou lá em Aparecida, pra ver a imagem de Nossa Senhora. Foi muito emocionante!
CLARINHA – Nossa Senhora é tudo de bom, Joca. Mas você sabe a história de Nossa Senhora Aparecida.
JOCA – Mais ou menos, Clarinha.
CLARINHA – A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada nas águas do rio Paraíba.
JOCA – Faz tempo isso, Clarinha?
CLARINHA – Faz sim, Joca. Isso foi em 1717.
JOCA – 1717? Ah, é do tempo do Padre Carlos!
CLARINHA – Não, Joca. O Padre Carlos nasceu bem depois disso.
JOCA – Mas como a imagem foi encontrada, Clarinha.
CLARINHA – Foi assim: naquela época o Conde de Assumar, ia passar pela cidade de Guaratinguetá.
JOCA – Ele era importante, Clarinha?
CLARINHA – Era sim, Joca. O Conde de Assumar era o governador de São Paulo e Minas na época. Os vereadores de Guaratinguetá iam lhe oferecer um banquete. E queriam que o Conde provasse o peixe do rio Paraíba.
JOCA – Eu gosto de peixe, Clarinha.
CLARINHA – E o peixe do rio Paraíba era muito gostoso, Joca. Então os vereadores chamaram os pescadores e disseram:
VEREADOR – (voz em off) Tragam muitos peixes para nosso banquete.
JOCA – Nham, nham... estou ficando com fome. E daí?
CLARINHA – Os pescadores pegaram suas canoas e foram pescar. E passaram a noite inteira jogando suas redes tentando pescar alguma coisa. E sabe o que aconteceu, Joca? Eles não conseguiram pescar nada.
JOCA – Foi que nem eu lá em Ubatuba. Eu peguei uma vara de pescar, coloquei uma minhoca de borracha no anzol e joguei na água.
Mas sabe: eu não pesquei nada. Fiquei a tarde inteira só dando banho na minhoca...
CLARINHA – Os pescadores já estavam desanimados. Mas eles não podiam voltar sem o peixe, né Joca? O que o Conde de Assumar ia comer?
JOCA – Sanduíche?
CLARINHA – Joca: naquele tempo não existia sanduíche.
JOCA – Ah... eu não sabia.
CLARINHA – Os pescadores não desistiram Joca: jogaram e jogaram suas redes, de novo e de novo. Até que de repente... eles pescaram!
JOCA – Um monte de peixes!
CLARINHA – Não, Joca: eles pescaram uma imagem de Nossa Senhora, mas sem a cabeça.
JOCA – Puxa vida!
CLARINHA – Joca: achar uma imagem num rio já é difícil. Agora sabe o que aconteceu depois?
JOCA – Não. O que?
CLARINHA – Um pouco mais abaixo no rio, eles jogaram a rede mais uma vez – e dessa vez encontram a cabeça da imagem de Nossa Senhora.
JOCA – Clarinha: se já é difícil achar o corpo da imagem no rio, é mais difícil ainda achar a cabeça da imagem. Isso é um milagre!
CLARINHA – É verdade, Joca. Então os pescadores jogaram de novo a rede no rio e aí pescaram tanto peixe, mas tanto peixe que a canoa quase afundou.
JOCA – Um milagre!
CLARINHA – Como a imagem de Nossa Senhora apareceu no rio Paraíba ela ficou conhecida como Nossa Senhora Aparecida.
JOCA – Vamos dar um viva à Nossa Senhora! Viva Nossa Senhora Aparecida!
CLARINHA – Viva!
JOCA – Viva Nossa Senhora Aparecida!
CLARINHA – Viva! Agora vamos aplaudir a imagem de Nossa Senhora Aparecida que será levada
até o altar.
(Música. Entra a imagem de Nossa Senhora Aparecida e é colocada no local preparado para ela.
Crianças entram e depositam flores aos pés da imagem)
CLARINHA – E agora todo mundo sentadinho que vocês vão ganhar uma lembrança de Nossa Senhora. Tchau pra vocês!
JOCA – Tchau!
CLARINHA – Tchau!
JOCA – Tchau!
(Música. Os catequistas distribuem santinhos, ou medalhinhas, ou um desenho em xerox com a oração de Nossa Senhora Aparecida às crianças).
Fim
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